2010: PIB real cresceu 7,5%; RIB real cresceu 9,3%!
2015: PIB real caiu 3,8%; RIB real caiu 4,8%!
O Produto Interno Bruto (PIB) e a
Renda Interna Bruta (RIB) são iguais num mesmo ano, em termos nominais. Quando,
porém, se trata de PIB e RIB reais, aparece a questão de com qual índice de
preço se devem comparar PIB e RIB para aferir a sua variação a preços constantes.
Quando a variação real do PIB é calculada, deflacionam-se as exportações e
importações pelos respectivos índices de preços. Como são eliminadas as
variações de preço de exportações e de importações, elimina-se também a
variação relativa entre eles, isto é, a variação dos termos de troca. Numa
situação em que os preços dos produtos importados por um país caem, isso,
claramente, permite que os habitantes desse país, com a mesma renda, comprem
mais produtos: isto é, houve um aumento de renda real devido à melhoria dos
termos de troca. Porém, como dito, esse aumento de poder de compra não é
captado pela variação real do PIB. Para que esse efeito seja captado, é preciso
recalcular a variação real, usando outro deflator para exportações e
importações. É o que Pedro Américo e eu fazemos no artigo do link, que acaba de
sair na Pesquisa e Planejamento Econômico, calculando os ganhos de comércio e a
Renda Interna Bruta Real para o Brasil, de 1948 a 2016. O cálculo desse
agregado macroeconômico é recomendado pelo manual internacional de contas
nacionais, de modo que este artigo quer ser uma contribuição para o
aperfeiçoamento das contas nacionais brasileiras. Em alguns anos, a variação do
PIBR e a da RIBR se mostraram significativamente diferentes.
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